terça-feira, 19 de julho de 2011

Poema - As palavras que matam


As palavras que matam



No instante de uma morte anunciada.
Quando a despedida do cadáver
Questiona qual o mote próximo.
O óbito aí tem a ver com estrada.
Planejada a ação do assassino
A moral atropela o juízo.O propósito
Faz do breu uma aquarela possível.
Na mente criminosa é permitido orar
Pela família da vítima.O tiro não destina
Somente sangue ao alvo , também aproxima
O carrasco das horas mais críticas
do desespero .Por fora da expressão
mal encarada de quem sacrifica mora alguém
que reivindica descanso. Uma vez manso
o corpo na caçada, se melhora a mira
a memória inacessível de quem atira.
A quem não usa armas de fogo
As palavras são arco ,flecha e fogo
Que não queima alvos escolhidos,
Computa estragos ao próximo.Queira
Ou não , muitos mal entendidos
são estendidos a condição de penalidade
drástica, na margem entre o rancor e a mágoa.
Sem armas na mão , buscamos no convívio
Um estado de amor que traga munição
Para alimentar vínculos , educar os vícios
E como quem meça aos segredos íntimos
A pedra como trunfo,sejamos mudos ao vínculo
Forte do ataque .Anos de convivência para atribuir
Ás palavras, a boa sorte do carinho disponível e ao
Silêncio a trégua viável de uma convivência
Atenta aos detalhes possíveis .Motivos de conferirem
Ás bocas projéteis de pesares capazes de municiarem
Aos pares os piores instintos sanguinários.
Sejamos intensos,estamos propensos ao exagero.
Com tudo de vida , trocas e experiências acaloradas
A saliva não pode ser o formulário que evoca
a prática da ofensa. Para a paixão da ida, ser solidário
ao silêncio é fundamental.Isso valida a intenção da volta
acrescida do renovado respeito.Sejamos corajosos,então
o espaço transformará o estado de guerra numa espera
visando a reconciliação. Sem planos, transformamos as
atitudes gentis em atos contínuos. E as palavras assim
atuarão como elo , não sendo cacos.

RIO,19 DE JULHO DE 2011.

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