Fagulha improvável
Amada a palavra muda
Muito difícil na ida
Porque arrebata no vazio
Uma idéia aos berros ainda.
Palavra colhe estéril e inunda
Precipícios quando quer.
É divina e traiçoeira
Porque aglutina princípios
Para os maiores espantos.
Sem papas na tinta
Com letras marcadas em digitais
De espera,para que o destino
Acometa paz como quem ensine
posse aos filhos.
Sem deserto a palavra crava
Ventos em alicerces frágeis.
Ela marca a pele com dúvidas
E adere preces próprias
Com verdades dúbias.
Palavra muda,palavra sempre.
Quem persegue uma ilha entre sons
É isolado.Quem se despede
Do concreto até o incerto
Como desdém da fagulha improvável
Nas letras será quem busca nas palavras
O motivo para um espelho correto por fim
O motivo para um espelho correto por fim
acha um tedioso refém.
RIO,06 DE JUNHO DE 2010.