sexta-feira, 22 de julho de 2011

Crônica- A adaptação às festas

  Em uma festa são diversos os sentimentos presenciados. Os encontros amorosos podendo se confirmar , o desejo de rever amigos de longa data e a simples ação de desafogar o peso do dia a dia. São apenas algumas das possibilidades encontradas, três possibilidades comuns e com as quais as pessoas costumam se deparar com facilidade. Eu nunca fui chegado às festas, para mim o motivo da festa precisava atender a uma demanda interna minha , bem específica e rara . As festas do meu círculo íntimo de amizades constituíam uma excessão.Devido a essa dificuldade minha, aproveitei menos do que podia das festas de que participei. Com a lesão por mim sofrida houve uma mudança ; as festas de amigos , onde encontraria pessoas informadas sobre a minha condição ,mas sem terem me visto na cadeira de rodas, passaram a constituir momentos desagradáveis.

  Quando a junção de pessoas do seu círculo de amizades , a quem você considera e valoriza a companhia não lhe faz bem é porque algo está muito errado. Ao se levar em conta a minha tendência antissocial , o pensamento automático seja o vinculado  a de que a falta de traquejo social esteja agravada  pela minha deficiência adquirida .Não é verdade, eu passei a valorizar mais as festividades agora , priorizo os eventos nos quais as chances de encontrar alguém do tempo de quando eu andava são menores.

  É impossível as pessoas não realizarem a comparação de como você era antes e como está agora. Em uma festa cuja memória da sua vivência como alguém que andava é forte, o desconforto é garantido. As pessoas não querem lhe botar para baixo.Elas geralmente são solícitas, querem lhe ver bem ,estar contigo e celebrar ao seu lado. Sem ninguém saber eu travo uma batalha. A memória de quem eu era fisicamente está sendo adaptada ao que eu sou agora .Eu só consigo lembrar de como eu agia e reagia com as pessoas e como eu ajo agora.

 O propósito da festa não é esse,é claro. A celebração deve ser buscada sempre, só é necessário dar tempo a tal readaptação afetiva. Passei a valorizar mais as festas agora , não abro mão do convívio das pessoas que gosto e a melhor maneira de vê-las juntas é  em uma festa. A auto aceitação minha é fator essencial ao processo, pois não deixarei de comparecer ás festas e se tenho coragem de andar nas ruas esburacadas do Rio de Janeiro, receber o carinho das pessoas que amo não será ruim .Som na caixa DJ!!!

 Um abraço PARATODOS!

 André Nóbrega.

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