sexta-feira, 3 de junho de 2011

Poema- Licença poética

Licença poética


O lado sombrio e insano
Ocorre quando rio e reclamo
Da falta de sal na comida
-  geralmente farta-
Chorar justifica ao lírico
Um poema reconhecido
numa noite rende de fuga
 Muita carícia aos amantes
Mas quem na rua dialoga
Com o cobertor e caixotes
Quando este vagaroso acordar
Não fará do amanhecer
O poema de primavera .
Tenho muita pena do tédio
E das pernas paralisadas
Porque o assédio da solidão
Faz juntas fraternas se esvaírem
Aos poucos em gritos tímidos.
O rito é uma engrenagem seleta.
Mas para cobertores curtos
Todos os muros são justificados
Nessa paisagem de fome e desapego
A dor não se refugia na estética
E o cinismo das minhas madrugadas
Não pode ser confundido com
   LICENÇA POÉTICA
RIO,02 DE NOVEMBRO DE 2009.

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