segunda-feira, 13 de junho de 2011

Poema- Maria e Esther

Maria e Esther

A filha da Dona Maria é ingrata
Queria a menina o mundo às suas custas
com isso era dada a mimos e bravatas
A jovem Esther, sorria.Dona Maria rezava.
Até que vieram os quinze anos de Esther.
As amigas debocham de Maria,pois aquela
 data careta para a Esther menina prejudicava
o desabrochar da Esther mulher. Justiça
Seja feita, a insistência da senhora animou
 a filha e alertou as amigas da menina.
A festa animava Esther nas coisas mínimas
Os chamados caprichos de mulher.Comida
E bebida era Dona Maria quem cuidava. Esther
Respirou dia e noite a cerimônia , enquanto as amigas
Já não tão íntimas,acompanhavam a história.
Chegado o dia da festa, o irmão de Maria empresta
O largo quintal.Salgados,doces e tamanho capricho
Ninguém do bairro soubera de igual. Maria corria
De felicidade , o suor na testa de Esther manifesta
Um estranho sentimento. Havia o prenúncio de glória
Faltava era gente. As horas ,o vazio...Isso conferia
Ao evento um gosto de peças querendo trabalhar
Onde tudo implorava contratempo . O anúncio da valsa fez
Esther compreender tudo. Quintal vazio, comida farta
E uma vivência apta ao fastio. Maria acolhe a filha
Para germinar as lágrimas perdidas. A garota é uma
Ilha .Vão as duas nesse enredo confuso,mudo á alegria
Também intruso ao investimento da data.Naquela noite
Maria viu em Esther uma capacidade inédita.Alheia ao
Choque, a estéril visão debutou anestesia ao orgulho.
A dor e a decepção juntas , feito uma ação mística
Conferiram nova música a situação. As mãos trêmulas
De Esther não sabiam ,mas Maria entedia no toque
Da filha o murmúrio consciente da transformação.
Ainda que aflita,a espera da menina pela festa
Tornou evidente a passagem para a Esther mulher.
Silenciosa, Maria a confortou.Ela estava recheada 
pelos esforços feitos para ajudar a menina, até bem
pouco ingrata.Sem nenhum plano ,a festa de quinze anos
transformava em verdade a ação da lagarta em borboleta.
Abriu-se a fresta ao dócil aprendizado. Percorrendo em cada
Idade ,está por debaixo dos panos,um atalho de superação.
A qualidade aceita por Esther ,esteja onde estiver há de
Lhe conferir contágio e preparo . Sem receita ,tem mais a crer
Quem trabalha.Antever o destino é castigo impreciso.Traga
Consigo a coragem de percorrer, ademais a carga de perdas.
Torna-se teimoso ao que queiras, tolerante ás quimeras.
Maria e Esther convivendo, cúmplices nas mudanças.
Assim como nós todos tentando consentir a mais sincera aptidão:
A de continuarmos tentando.
                                                   RIO,13 DE JUNHO DE 2011.

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