sábado, 26 de março de 2011

QUANDO O CADEIRANTE É O AGRESSOR!!

  Assim como não aconselho ao cadeirante vestir a carapuça de vítima, tornar-se detentor de  uma postura exageradamente agressiva pode ser uma faca de dois gumes. A intolerância está disseminada , o portador de deficiência uma adquirida tem motivos para resignar-se e promover reações notórias e que vão resultar em melhorias efetivas . O PROJETO PRAIA PARA TODOS , que tem como mote principal proporcionar o reencontro dos cadeirantes e portatodores de outras deficiências com o mar prova isso. O exemplo dado pelo pessoal ilustra a ação eficiente e mobilizadora que multiplica a esperança, esse gérmen precioso de ações transformadoras. Eu apóío totalmente a iniciativa, ao mesmo tempo que reconheço faltar em mim o equilíbrio para prosseguir o meu caminho
.
  É bom enfatizar que nem todo cadeirante é destinado  a realizar grandes feitos. O exercício cotidiano nos obriga a superações, mesmo com a cultura da acessibilidadade sendo aos poucos alimentada. A garra para encarar o dia a dia transita com a raiva de viver em um mundo que precisa ser adaptado .Essa linha tênue entre a disposição para encarar o viver mais dificultado e a indignação para interagimos exige uma faxina para não perdemos o tom.  Estamos fragilizados, portanto agir com prudência passa a ser essencial.

 Há diversas maneiras de descontarmos nossa raiva Praticando esportes, escrevendo, despejando raiva e entrega numa relação amorosa. Eu noto nos cadeirantes um sentimento de injustiça se abater logo após o trauma.  Aconteceu comigo e com algumas outras pessoas que conheci. A indagação se faz faz necessária, principalmente quando as inciativas de ajuda não atingem o objetivo principal:VOLTAR A ANDAR.

 A revolta é justificável , mas até certo ponto. A explosão de alguém que se julga ser acometido de uma injustiça vem para castrar sorrisos, congelar abraços .O cadeirante tem tantos motivos para rebelar-se de uma forma suicida, quanto o de ganhar fôlego para nadar, convicto das marés tenebrosas , principalmente as de dentro de si. Não use a cadeira como escudo para os seus recalques, medos e limitações. Agir como um  franco atirador baseado num sentimento carregado de auto piedade asfixia você e a quem estiver perto. E só revela covardia, além de pedir novos  pretextos para se culpar.

 Estando em uma condição especial,as tentações de ceder à raiva só piorarão a invalidez individual.

Por isso,  eu tentarei um equilíbrio ,mesmo sendo temperamental  e raivoso.Caso contrário eu adaptarei,  cantando para mim mesmo aquela canção do comercial do molho Pomarola. A do elefantinho verde:

Um cadeirante mala incomoda muita gente,
dois cadeirantes malas incomodam muito mais,
três cadeirantes malas incomodam,incomodam,incomodam
muito mais.

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