quarta-feira, 25 de maio de 2011

Poema- Padecer ártico

Padecer ártico

Ao início mal arranjado com os tombos
Vincula-se um trato sentido na vista.
Por mil vezes a sorte naufragou.
Em algumas vozes a conquista
Estimula teu grão.Para onde ir?
Há na derrota a história de quem
Percorreu e não atravessou.
Acolha o teu chão nos suores
Drásticos.Abrace a voz
(mesmo sendo um ruído)
Do princípio acolhedor que alguém
Já lhe impôs .Nesse padecer ártico
Parecer ativo e feliz é o típico truque
Para qual sua ânsia eduque explosões.
E, depois...o desespero tem cheiro de angústia
E a angústia alimenta o vazio.
Nessa soma cruel você padece um mês
No fio legítimo de sua sanidade
Finda o teu ano e te esqueces de qualquer céu
Do ano bom.Com assiduidade alimenta
A ferida á base de esmolas.O tom insosso
Arpeia como aço em você.
Terreno perigoso para transcrever recomeços
Espesso é o laço com a vida.
Sabe do fosso a propriedade da perda
Mas convém aliciar a perspectiva
Do novo à sua cruzada triste.
O novo perdura febril cada desvio
Num estilo peculiar.O novo é belo
Sabe cantar nas chuvas e espera
A sua atitude enquanto madruga
 Soterrado na dor.
Confie nas gotas amaciando dúvidas
Feito encantos em novidades de moças
Ao convocar lágrimas e lhe compor.
Realidade é cavar no recomeço o preço
Dos paraísos possíveis para onde você for.


RIO,04 DE DEZEMBRO DE 2010.

ANDRÉ NÓBREGA.

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