terça-feira, 12 de abril de 2011

Poema- O pé das ruínas.


O pé das ruínas

Armada e cinza, tua boca ainda busca
 céu por ser tão suja.Pela sede
do ego ascendo apenas quando
esfrego fel e por aí me nego, sem escolha...
Nessa procura insolente com gozo gasto
 O tal sentimento é rápido , único e rasteiro.
Morrem os laços no papel, a pronúncia
Para além da sua vontade.Somente
A fraqueza nos mantém .Máfia e Igreja
sem castidade. Para suspender tantas leis
 o murmúrio de mulher sábia , estraga
com saias minhas chamadas sem suspender
o nosso vínculo. Pode porque és praga
o pátio mais sutil das entradas humanas.
 Ágil o ódio nas mantas desse protocolo cínico.
Quando aterras o meu ninho no contato
Sem cheiro , porém íntimo da espera.
Espalhando o suor no caminho
A falta de ritmo narra o seu eco por aí.
Quando atravesso nossas datas
só,cedendo uma visão congelada
Empresto-lhe voz,alma , poemas ao
Pé das ruínas .O remédio é espelhar
teimosia nas companhias de meninas
ausentes quando engesso em ostras
a manifestação da alegria em vidas por aí .
Prazer sem me conhecer ,até erradicar
o protesto de tantos conflitos.
Apto á minha vida está o vazio
A sofreguidão com a qual transpiro
Possibilidades estéreis. Por isso
O atrito entre nossas realidades
De paraísos não impedem a cor
Da fúria ou pormenores.Acode solta
a escritura do não medido em vivências
 melhores.Acordes das nossas músicas
sem partitura ou guia. De acordo
com o mundo somos lunáticos sem valia prática.
Diante da via crúcis asmática estaremos firmes
Por aí.Com o adeus em dia, horizontes
 sem métricas ou recomeço.Poesia inútil
aprisiona o valor expresso e remete
á poucos instantes o gesso alucinante
 sem futuro, fedido e imaturo por aí
Separando o homem do amante.Dando tiros
No escuro com o ímpeto constante, gratuito até.
Do discurso sem casa porque não passa do muro
A fé dos motivos do amor .Escorregadio
Movediço e descoordenado eu prossigo.
Vivo é do despejo calculado de não lhe encontrar
por aí...      

RIO, 12 DE ABRIL DE 2011.

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