domingo, 20 de maio de 2012

Poema- O tom perverso do nosso contato




O tom perverso que predomina em nosso contato





Quero os seus gestos firmes e distantes

em um regime voraz. Veto qualquer alcance

de paz pela sua coxa. Por que incide nas

pretensões de moça as nuances de diaba.

Tenho diante de mim alguém com ações

contagiantes ,e os peitos apontados para

o desdém . Bem antes de qualquer pretensão

futura, esta mulher congela em sua boca

as minhas palavras. O que ela escuta apura

o quão débil é a ternura frente ao desejo.

Acima de tudo, a minha amiga requer crédito

para o seu solo . Sem tempo ao estudo,

seguimos inéditos para o amanhã que aterriza .

Quanto mais imprecisa é a demora em revê-la

menos sã fica a minha glória. Amando mais a carne

dela torno indecisa a minha história. Com cismas e

descréditos , tanta faz o tom perverso que contamina

o nosso contato. Com ela ao meu lado fica evidente

Como é bom termos nos excessos os meios para

sermos sólidos no extravaso e leigos quando projetamos

alguns assuntos. Nenhum ato romântico nos espera,

a brasa segue desmatando primaveras e o breu atento

ao cântico desta esfera falha e fêmea a me doutrinar.

Basta estarmos em conjunto para os segundos produzirem

fagulhas  e a monotonia se assanha até erradicar-se .

Figura efêmera e essencial, tolo é quem banha sentimento

enquanto você goza do meu universo confuso uma nervosa

pretensão romântica .Perdura o perfume da sua pele,só incomoda

a ação escrava, nova e ávida,sedenta pelos teus gestos.

Sigamos em frente, minha querida  carrasca.Contigo a percepção

 vulcânica produz emoções intensas,mas contrasta com um presente

de sobras cinzas.Incendiado ainda eu prossigo cedendo braço a tais

desavenças.O que tenho contigo atende às necessidades mais primitivas

mas faz do romance um embaraço , constrói uma saudade imperativa

que faz a minha sede proliferar presa a uma incômoda doença.



RIO,20 DE MAIO DE 2012.

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