terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Poema: Pássaro Negro.

Pássaro negro



Pássaro negro , nada mais áspero do que planar

sem horizontes. Por isso, em segredo, minha carne

hospeda sonhos prósperos. Porque sou íntegro quando

lhe escrevo nesse rasante ótico de natureza restrita,ainda.

Estou farto do alarme camuflado de óbito em meio a tantos

desarmes, pássaro negro. Agora percebo o lampejo da tinta forte,

o alarme vasto sobrevoando apego,sem cheiro da carne cínica

e crua a atrair impureza. Com sorte ou não, possuo um porte

trôpego de Apolo vesgo circulando pela vida nova. A vida

se insinua com provas a me convencer de voar. É um parecer

sutil de Ícaro. O solo é o mesmo, meu pássaro...O céu hospeda

íntimo o meu momento farto, outrora mínimo. Não sei dizer como

de um apêndice as asas do meu vôo vigente,óbvio e crente ,

 viraram pedra. Confirmo o quanto viajo melhor, apenas sei

o tipo de ave que sou, pássaro. De tudo, valeu a fim de me convocar

outros rostos. Não o de um corvo,muito menos o de uma águia.

Talvez, todo o desafogo me obrigue  a continuar essa saga incoerente

com o fôlego de luta  e o despertar de uma Fênix...



                                               RIO, 20 DE JANEIRO DE 2012.                                              



ANDRÉ NÓBREGA

Nenhum comentário:

Postar um comentário