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Chama pelo riso
Diziam ser um homem conhecido,majestoso no ato da transformação.Seu papel atual não traduz vigor.O olhar hipnotizado pelo marasmo,o corpo ancorado demonstra o tempo em repouso.O local onde o encontro é um oásis circundado por sombras áridas.Nessa atmosfera conflitante meu personagem se destaca. Nomeá-lo talvez seja perigoso.A situação em que se encontra pode ser a que muitos chamam de ponto final.
Esse cara me fortalece,a luta sã se esquiva diante dos seus gritos.Rememorar o passado sucumbe á lógica da movimentação lenta com a qual o seu corpo enfraquecido se esquiva.O silêncio a ele imposto troveja relâmpagos de lucidez ao ambiente.Impossível conter o choro a quem sabiamente nos conduziu ao riso.
Ainda há suor,o esforço dele não produz cansaço,tampouco lágrimas.Chega-se ao limiar da ação sem nexo e da exposição da qual o valoroso homem esmorece ,sem notar que seu viver é fundamental.É um exemplo que fere qualquer livre arbítrio.Esse conflito reduz a espécie humana a migalhas.
Firmada a incerteza da volta é fundamental acolher esse princípio de força.Por que no anúncio da partida se aceita o luto tão facilmente?O homem que vejo adormecido reconhece a vida pelo nosso afeto.É cordial,sutil e gargalha com a possibilidade de transcender ,a qualidade rara dos gênios .
No vínculo com a eternidade o intervalo divino é sábio.Repartir o silêncio com um verdadeiro artista da alma é privilégio para poucos, pois condiciona uma vocação primária em reconhecer nossa validade.Milagre que multiplica nossa capacidade de sorrir e não freia nossa valia diante do improvável.
Eu reconheço a jovialidade nos gestos estáticos de um humorista nato.A tragédia tem milhares de atos ,no entanto bastam alguns segundos diante desse homem de idade definida e alcance incomensurável para entender a aparente falta de lógica do destino.Pois estáticos nunca estaremos ,quem conta é um mito que diante dos seus males,me encanta.
ANDRÉ NÓBREGA
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